No dia 5 de julho, o vlogger Felipe Neto, famoso
pelo seu antigo canal chamado "Não faz Sentido", onde trazia
comentários sobre temas polêmicos em um formato de vlog, postou em seu canal um
vídeo com o título "FELIPE NETO E MARCO FELICIANO - DEBATE",
onde apresenta uma conversa de forma informal, mas com formato de debate, com o deputado federal Marco Feliciano.
onde apresenta uma conversa de forma informal, mas com formato de debate, com o deputado federal Marco Feliciano.
Feliciano é pastor de uma igreja neopentecostal é um
dos deputados federais evangélicos com maior número de votos no país. Por conta
de um discurso em prol da família tradicional, ele tem atraído o olhar de
muitos jovens conservadores.
Neste texto, irei expor os principais pontos do
debate entre o deputado e pastor Marco Feliciano e o vlogger Felipe Neto.
O debate entre os dois foi fruto de uma discussão
acalorada numa rede social, aonde Felipe Neto chega ofender o pastor, inclusive
o vídeo do debate começa com o pedido de desculpas dele.
Após o pedido de desculpas de Felipe Neto, a
primeira pergunta é lançada:
1
–
Feliciano, o que você pensa sobre a união civil entre homossexuais, sabendo que
o Supremo Tribunal Federal aprovou uma jurisprudência[1] que
regulamenta o ajuntamento de pessoas do mesmo sexo?
Feliciano
responde dessa forma: Eu devo te dar a resposta como pastor
ou como parlamentar? Ele mesmo sugere responder como parlamentar e começa
apontando para a Constituição. Exaltando o artigo 5º, mencionando a clausula
pétrea[2] e
acaba citando o Artigo 226 que diz: “Para o efeito da proteção do Estado é
reconhecida a união estável entre homem e mulher como entidade familiar,
devendo a lei facilitar sua conversão como casamento”. Concluindo, a decisão do
Supremo feriu de forma grave a Constituição e neste assunto o que deveria
prevalecer era a Constituição, mas sugere que este assunto deve ser debatido melhor.
Resposta
bíblica: O início da resposta do Feliciano em si é um reflexo
dos seus eleitores e todo cosmovisão evangélica.
Ele cria uma falsa dicotomia, como se houvesse uma
divisão na atuação humana, e essa divisão criasse uma separação entre sagrado e
profano, assim, um cristão pode em certo momento agir como um indivíduo
confessional (responder como pastor) e em outro momento como um cidadão secular
(responder como parlamentar). Como se uma prostituta pudesse atender seu clientes
no âmbito secular, e também pudesse ser líder do grupo das mulheres na igreja
na esfera confessional.
Toda esta distorcida visão de mundo começa no universo
religioso da Índia, na teologia da Pérsia antiga, e se solidifica no mundo
helênico com o pensamento de Platão.
O platonismo influenciou muitos dos primeiros
teólogos da igreja como Orígenes, e os da Escola de Alexandria. Mas o teólogo
que mais influenciou a teologia contemporânea com esta falsa dicotomia foi Tomás
de Aquino.
Aquino produziu uma estrutura dualística dividindo o
conceito de natureza e graça, ele dizia que as coisas humanas são independentes
das divinas, apesar de andarem juntas. Segundo ele, o homem vive com o sagrado
e com o profano ao mesmo tempo. Este é o pensamento da cristandade católica,
afirmando que ao ir à missa está praticando um ato sagrado, enquanto trabalhar
era o lado profano, logo se criou um homem dividido que na missa respondia como
um ser sagrado e no trabalho servia o profano, podendo então dar resposta à
realidade como pagão.
Por conta do cenário religioso brasileiro ser de
maioria católica, a concepção dicotômica de Aquino influenciou toda a formação
de visão de mundo evangélica brasileira, que tem dificuldades até hoje de ter
uma percepção unificada de fé cristã e prática piedosa em todas as esferas da
vida.
Uma cosmovisão bíblica afirma que é preciso
glorificar a Deus na cultura, arte, lazer, trabalho, educação, política e todas
as áreas, independente de ser secular ou não (1Co 10:31 - Atos 10:15; Rom.
14:14).
Feliciano não foi infeliz em apontar a Constituição
como regra, mas o correto era trazer uma resposta como pastor e como
parlamentar, pois é impossível separar isso.
Era necessário afirmar que a Constituição está
correta quando propõe um modelo familiar homem e mulher, pois reflete aquilo
que a Escritura ensina, pois o padrão absoluto, perfeito é verdadeiro é a
Bíblia (Salmo 19.7-8; Rm 15:4; Tm 1.9-10). A Constituição não é um fim em si
mesmo, ou a base dela é a Escritura, ou estará firmada na areia movediça do
relativismo.
Ao exaltar a Constituição e rejeitar responder
utilizando o pressuposto bíblico, Feliciano demonstrou quem é seu deus, ele na
verdade idolatra o Estado.
Neste ponto, Felipe Neto leva o debate para o viés
teológico, e afirma que dentro do evangelicalismo brasileiro existe diversas
vertentes e diferentes interpretação da bíblia, mas a forma com que ele trata
isso é como se todas as vertentes pregassem uma certa verdade (Relativismo),
logo as verdades cristãs não seriam absolutas e dentro deste contexto ocorrem
três perguntas
2
–
Quantas citações bíblicas no Novo Testamento referem-se a homossexuais?
Feliciano responde: Duas, a citação de
Paulo (Romanos 1:18-32), o Livro de Apocalipse fala sobre isso (afirma isso com
tom de dúvida) e conclui que Jesus não fala sobre o tema.
Resposta
bíblica: Confesso que ansiei para que o debate fosse
articulado no viés teológico, pois assim, Feliciano que é pastor, teria mais
facilidade em argumentar, mas não foi isso que aconteceu.
O discurso do Felipe Neto cria uma espécie de bolha
relativista com igrejas evangélicas, ele tenta demonstrar que as igrejas se
contradizem, como se o discurso do Antigo Testamento, Jesus e Paulo fossem
diferentes, mas qualquer cristão leigo sabe que isso não acontece.
A resposta do Feliciano foi extremamente equivocada,
ele respondeu uma pergunta simples com um enorme lapso, já demonstrando que não
estava preparado para o debate, ou que seu conhecimento teológico é raso.
O Novo Testamento menciona e censura o
homossexualismo treze vezes, sendo que quatro são citações indiretas e nove citações diretas.
As citações indiretas são: Mateus 19:3-4 – Marcos 10:5-9
- 2 Pedro 2:4-6 - Judas 1:5-7.
As diretas: Mateus 19:4-9 - Mateus 5:32 - Atos 15:20
- Atos 15:28-29 - Atos 21:25 - Romanos 1:26 – Romanos 1:27 - 1 Coríntios 6:9 - 1Tm
1:8-11
Inclusive, duas das citações indiretas são feitas
por Jesus, algo que Feliciano não pontuou, pelo contrário, ele disse que Jesus
não comenta sobre o homossexualismo na Escritura.
As citações indiretas podem ser divididas em dois
grupos. O primeiro formado pelos dois textos dos Evangelhos e o segundo grupo
pela Epístola de Pedro e de Judas.
Nos dois textos dos Evangelhos, Mateus 19:3-4 e Marcos
10:5-9, Jesus é questionado pelos fariseus sobre o divórcio, e em sua resposta
Cristo cita a ordem da criação (Genesis 2:21-24), com isso, aponta para o ideal
de família. Além disso, a resposta do Senhor demonstra que Deus criou homem e
mulher para se relacionar sexualmente, e este é o modelo que deve ser seguido,
logo, qualquer outra forma de relação sexual é uma afronta direta a ordem
estabelecida por Deus. A relação homossexual altera essa ordem, ferindo a
criação de Deus.
Já nos textos das Epístolas, 2 Pedro 2:4-6 e Judas
1:5-7, os autores citam o ocorrido em Sodoma e Gomorra (Gênesis 19) como
exemplo de punição Divina e este modelo punitivo traz uma aplicação clara: “Se
você cometer o pecado de Sodoma e Gomorra, Deus irá trazer juízo sobre ti”.
Sodoma e Gomorra eram duas cidades inundadas de
iniquidade (Ez 16.49-50), mas o pecado central daquele povo era de natureza
sexual ( 2 Pedro 2:6-7). Tal transgressão era tão enraíza na cultura destas duas
cidades que tal pecado era praticado em público. Quando os anjos do Senhor visitaram
Ló (Gênesis 19.5), para avisar sobre a destruição da cidade, os cidadãos daquele
povoado, desde os mais novos até os mais velhos, desejaram ter relação sexual
com os seres angelicais. Os habitantes daquela cidade viviam numa luxúria
homossexual desenfreada, e é este pecado que o texto de 2 Pedro 2:4-6 e Judas
1:5-7 trazem como exemplo de transgressão que traz juízo eminente de Deus.
Os demais textos neotestamentários citados censuram
de forma direta o pecado do homossexualismo, e para facilitar a compreensão,
irei separa-los abaixo.
Os textos de Mateus 19:8-9, Mateus 5:32, Atos 15:20,
Atos 15:28-29 e Atos 21:25 proíbem a relação homossexual utilizando a palavra
grega πορνεια, que transliterada lê-se porneia. Algumas versões
bíblicas traduzem este termo como fornicação, mas a tradução que aponta da
melhor forma para o original é relação sexual ilícita.
Os
termos relação sexual ilícita apontam para todo tipo de contato sexual que a
Escritura proíbe: Adultério, fornicação, relação homossexual, lesbianismo,
relação sexual com animais, incesto (Levítico 18).
Nos
textos citados do Evangelho de Mateus, Jesus fala mais uma vez sobre o
divórcio, e autoriza o repúdio ao conjugue caso este tenha relação sexual
ilícita. Além da morte, o que pode dissolver a união do casamento são relações
sexuais ilícitas, que não devem ser praticadas por casados, e dentro dessas
relações proibidas, está à relação sexual homossexual.
Já
nos textos de Atos ocorrem proibições Apostólicas a essas relações sexuais
ilícitas.
Em
Romanos 1 está o famoso compêndio contra o comportamento homossexual. Dentro
deste tratado de repúdio as práticas homossexuais, o Apóstolo Paulo aponta como
proibido a prática do lesbianismo (Romanos 1:26) e relação
homossexual. (Romanos 1:27).
Naquele contexto, os homens tinham abandonado
totalmente Deus e por este motivo começaram ter o desejo (ὀρέξει, transliterado orexei
– desejo luxurioso) inflamado em relação a outro homem. Deixando o contato
sexual com as mulheres e cometendo torpeza (ασχημοσυνη, transliterado
aschemosune
- comportamento inadequado) com alguém do mesmo sexo, ou seja, os homens
praticavam o homossexualismo.
A corrupção sexual era tão emanente, que até mesmo as
mulheres mudaram as práticas sexuais naturais (φυσικος, transliterado phusikos),
que traz a ideia de forma inata da sexualidade (desejo sexual pelo sexo oposto
que nasce com o indivíduo), cometendo a prática sexual com outras mulheres.
Paulo conclui o capítulo dizendo que quem pratica tais iniquidades é digno de
pena capital.
O texto bíblico de 1 Coríntios 6:9 traz a lista de
pecados que ao serem praticados de forma sistemática e sem arrependimento, leva
o indivíduo ao Inferno. Nesta lista existem duas palavras que apontam para o
comportamento homossexual, os termos são: efeminados (μαλακος, transliterado malakos)
e sodomita (αρσενοκοιτης, transliterado arsenokoites).
Literalmente, o termo malakos significa macio,
o mole, mas Paulo usa essa palavra como metáfora, para apontar para
homossexuais, que além de praticar sexo passivo, tem um comportamento igual de
uma mulher. Já a palavra arsenokoites, literalmente
significa “arseno – um macho” e “koites – cama” homem que deita com outro
homem numa cama para ter relação sexual, ou melhor, relação sexual homossexual.
Por último o texto de 1Tm 1:8-11 onde o autor demonstra quais são as práticas
que transgridem a Lei de Deus. Aqui palavra arsenokoites aparece mais
uma vez, confirmando que a prática homossexual é uma violação direta da Lei de
Deus.
3
-
Quem foi mais importante, Jesus ou Paulo?
Feliciano diz: Cada um em seu sentido. Jesus foi o
salvador da humanidade, mas foi Paulo que cristianizou o mundo do seu tempo.
Paulo desvinculou o Cristianismo do Judaísmo, pois se Paulo não tivesse feito
isso, os gays não seriam só tidos como praticantes de iniquidade, os gays
seriam assassinados, pois o Judaísmo pregava que os homossexuais deveriam ser assassinados.
Resposta
bíblica: Realmente, Jesus e Paulo tiveram papéis diferentes
na história do Cristianismo, mas o Feliciano respondeu a pergunta em sentidos
diferentes.
Sobre Jesus o parlamentar trouxe uma resposta
metafísica, e sobre Paulo uma resposta pragmática. No sentido metafísico Jesus
é superior a Paulo, mas no sentido pragmático podemos dizer que não existe
diferença entre os dois, pois a doutrina ensinada pelos dois vem de Deus.
Jesus trouxe para nós ensinamentos diretos do Pai,
mas isto não significa que Cristo trouxe novos ensinamentos, pelo contrário,
Jesus ensinou aquilo que está registrado na Lei e nos Profetas (Mateus 21:13 -
Lucas 24:27 - João 8:17). Paulo foi imitador de Cristo (1 Coríntios 11:) e toda
sua doutrina tem como base o Antigo Testamento e aquilo que Jesus ensinou (Rm
1:17 - Rm 15:9 - 1Co 1:19).
Quando o Feliciano diz que Paulo deixa de tratar o
pecado do homossexualismo como o judaísmo tratava, ele comete mais um deslize,
pois tanto Paulo quanto os judeus utilizam a Torá como base doutrinária,
inclusive, Paulo cita a Torá (Levítico 18:7-17, 29; 20:11-12) quando conclui o
primeiro capítulo da sua carta à igreja de Roma (Rm 1:32).
Observação
1: Após
a pergunta sobre Jesus, Felipe Neto
diz o seguinte: Nas pregações de muitas igrejas evangélicas hoje utiliza-se o
livro de Levítico para condenar os homossexuais.
Marco
Feliciano responde: Quem cita Levítico para proibir o
homossexualismo é ignorante, Jesus trouxe um mandamento acima de todos os
mandamentos, o mandamento do amor.
Resposta
Bíblica: Essa foi uma das piores respostas que ouvi sobre a
Lei de Deus, e Feliciano, que desde o começo do debate demonstra ser leigo em
relação à teologia, ofende quem utiliza Levítico para exortar contra o
homossexualismo, chamando-os de ignorante.
O mais problemático é que essa visão teológica sobre
Levítico impera dentro dos arraias evangélicos. Por conta da interpretação
dispesacionalista[3],
Marco Feliciano mutila as Escrituras, afirmando que Levítico não tem validade
nos dias de hoje, pois é uma Lei que pertence inteiramente a Israel , logo,
nenhum dos preceitos citados neste livro seriam obrigatórios aos membros da
Igreja contemporânea.
Negar o livro de Levítico como doutrinário é ser
marcionista, O Marcionismo era uma heresia defendia que os livros do Antigo
Testamento traziam um Deus diferente do Deus do Novo Testamento, assim,
retirava-se da Escritura todos escritos Veterotestamentários, e alguns textos
do Novo Testamento que apresentavam qualquer descrição do Deus da Antiga
Aliança.
Alguns cristãos têm dificuldade de compreender
Levítico, pois não fazem uso da classificação didática da Lei de Deus. As
prescrições do Pentateuco são divididas em: Moral, Civil e Cerimonial.
A Lei
Levítica espelha a Lei Moral e Civil e está não é vigente apenas para o povo de
Israel, pois as Escrituras deixam claro que a Lei de Deus é prescrita também
para o estrangeiro (Levítico 24:22; Êxodo 12:49). Já as Leis Cerimônias descritas
no livro de Levítico eram apenas sombras que apontavam para Cristo, e com a
morte e ressurreição do Senhor, essas foram ressignificadas (Hebreus
10.1,11-14).
Diferente do que o pastor Feliciano pensa, Cristo
nos ensina que nenhuma parte da Lei foi abolida (Mateus 5:17,18). De Gênesis a
Apocalipse há uma Lei Moral imutável, um Evangelho glorioso para todos.
Observação
2 :
No decorrer do debate, Feliciano tenta provar para Felipe Neto que o Novo
Testamento proíbe o homossexualismo, e cita o texto que já expliquei neste
pequeno artigo: Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não
vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem
sodomitas. (1Corintíos 6:9).
Felipe
Neto tenta argumentar quando Feliciano diz que os efeminados não entrarão no
reino dos céus, dizendo:
"Malakoi"
é um termo hebraico não significa efeminado, mas devasso.
Feliciano demonstrando estar nervoso argumenta: Os
meninos devassos do Antigo Testamento eram a mesma coisa, ou seja, eram
homossexuais.
Resposta
bíblica: Neste ponto, fica muito claro a falta de
conhecimento teológico do pastor Marco Feliciano. Felipe Neto usa um termo
grego, mas diz que este termo é hebraico. Este erro grotesco seria muito bem
respondido dizendo que a citação de 1 Coríntios é Neotestamentária, e o Novo
Testamento foi escrito em grego, não em hebraico.
A palavra grega "malakoi"nunca significou
devasso, mas sua raiz traz a ideia de macio, delicado, fino (Mateus 11: 8), mas
Paulo usa este termo como figura de linguagem para apontar para um homem que é
delicado, ou melhor, age como uma mulher e tem relação sexual como passivo.
Observação
3
Neste ponto Feliciano diz que não podemos pegar
apenas pedaços da Escritura que nos interessam e ignorar o restante (uma
contradição, pois todo discurso dele no debate é dispensacionalista), mas
Felipe Neto diz que ele faz exatamente isso, pega somente os textos que lhe
convém.
Então Feliciano pergunta:
Como?
A
pergunta de Felipe Neto segue:
4
– Feliciano,
você permite que sua mulher fale na igreja?
Feliciano
responde: Claro, minha mulher é pastora.
Felipe
Neto contra argumenta: Paulo deixa claro que a mulher não
pode falar dentro da igreja.
Feliciano
responde: Ele diz isso para aquela igreja, lá em Corinto, não
serve para os dias de hoje.
Felipe
Neto responde: E quando Paulo mandou a carta para os
Romanos censurando o homossexualismo, ele fala apenas para aquele público?
Não....(Feliciano se enrola na resposta).
Felipe
Neto conclui: Exato Feliciano é fácil ignorar as
proibições de Paulo, quando vão contra sua forma de pensar.
Resposta
bíblica: Quando o debate chega nesta parte, é possível
perceber que o Felipe Neto conduziu toda a estrutura de argumentação e levou a
conversa para que ele pudesse terminar com este trunfo, fazer o Feliciano cair
em contradição.
A teologia do Feliciano além de ser fraca, tem
premissas fáceis de derrubar e argumentos que se auto-contradizem.
Realmente, Paulo proíbe a mulher de falar na igreja
(1Coríntios 14:34-35), todo questionamento que a mulher tenha vontade de fazer,
deverá ser feito para seu marido em casa. A mulher também não deve ensinar no
culto (I Timóteo 2:11-12) nem ter autoridade sobre o marido, logo a mulher atuando
como pastora é uma enorme contradição bíblica.
Assim como os homossexuais, o deputado Feliciano
ignora textos bíblicos claros sobre o assunto da submissão da mulher no culto,
e permite que sua esposa seja pastora.
Como Agostinho de Hipona ensinou: “Se você crê
somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no
evangelho que você crê, mas sim, em si mesmo”.
A forma que o Feliciano trata a Escritura é igual a
maneira que os supostos cristãos LGBT tratam. As igrejas inclusivas selecionam
na Escritura somente textos que convém, e o Feliciano faz o mesmo, crê somente
no que lhes agrada.
Vivemos em tempos de doutrina antropocêntrica
articulada segundo o coração humano.
Observação
final: Estaria mentindo se dissesse que o Feliciano dominou
e foi melhor neste debate. O deputado parecia um dos sete filhos de Ceva, principal
dos sacerdotes (Atos 19:13-20), que tentaram expulsar um demônio em nome de Jesus,
mas apanharam do demônio e saíram correndo do endemoniado.
O vlogger Felipe Neto foi melhor que Feliciano, isso
não significa que domina o assunto ou que aquilo que disse são verdades.
Felipe Neto foi bem no quesito de decorar aquilo que
estudou, e se você tiver curiosidade, pegue trechos daquilo que ele fala, jogue
em uma ferramenta de pesquisa da internet e irá perceber que todo discurso dele
está disponível na internet.
A maioria dos argumentos do Felipe Neto se encontra
em blogs e textos virtuais. Essa é mais uma prova que nossa geração não tem
profundidade acadêmica. Felipe Neto não usou livros ou bons autores para se preparar,
o grande tutor e escritor preferido dele foi o Google.
Já o deputado e pastor Marco Feliciano demonstrou
aquilo que pode ser visto na maioria de suas pregações, uma teologia débil,
superficial e fraca.
Neste vídeo é possível até mesmo perceber que sua
força de argumentação política é um tanto problemática e bastante limitada. Sua
dicotomia política aponta para um antinomismo, uma rejeição veemente dos
pressupostos cristãos para nortear a realidade.
Mesmo com um discurso sem profundidade, Feliciano
arrasta toda uma massa evangélica sem senso crítico. Nos últimos tempos, muitos
jovens têm demonstrado simpatia pelo discurso dele, como se ele fosse uma
esperança para os brasileiros. O problema é que no Brasil não existem políticos
bons, então quando um político acerta, é aclamado como rei.
Mas tudo isso é uma enorme lição para os cristãos
brasileiros. Devemos reconhecer o fracasso dos evangélicos na política, e na
próxima eleição votar em candidatos realmente preparados e que andem de mãos
dadas com as verdades da Escritura. Além disso, devemos nos envolver com a
política, nos prepararmos em oração, em conteúdo político e teológico e quem
sabe sair como candidatos, pois só assim vamos mudar o Brasil.
Higor Crisostomo
[1] Jurisprudência
-(do latim: jus "justo" + prudentia "prudência") é o termo
jurídico que designa o conjunto das decisões sobre interpretações das leis
feitas pelos tribunais de uma determinada jurisdição.
[2] Cláusula pétrea - Dispositivo
constitucional que não pode ser alterado nem mesmo por Proposta de Emenda à
Constituição (PEC). As cláusulas pétreas inseridas na Constituição do Brasil de
1988 estão dispostas em seu artigo 60, § 4º. São elas: a forma federativa de
Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes;
e os direitos e garantias individuais.
[3] O dispensacionalismo foi um
movimento que surgiu em meados do século 19, na Inglaterra, como reação ao
estado de frieza e liberalismo em que se encontrava a igreja oficial. Começou
com reuniões de estudo bíblico em que uma nova maneira de interpretar as
Escrituras foi desenvolvida. Partindo do texto de 2 Timóteo 2.15, e entendendo
em sentido literal o verbo grego orthotomeo, ali empregado, como faz a Versão
Inglesa King James, o movimento julgou encontrar neste texto a chave para a
“correta” interpretação da Bíblia, ao traduzir aquele verbo como “dividir
corretamente” e não “manejar corretamente” a palavra da verdade (com o sentido
figurado de ensinar, expor ou interpretar corretamente), como temos em nossas
versões em português.
Higor, o que mais me deixa em dúvida é sobre o curso de teologia do deputado Marco Feliciano. Ouvi dizer que ele é doutor em teologia! Será que onde ele cursou não havia nenhuma explicação sobre esses termos?
ResponderExcluirOlá Crhis,
ExcluirEu tive a oportunidade de me formar em teologia, e mesmo que ele tenha sido um péssimo aluno, cursos de teologia dão bases para responder a maioria das perguntas da fé cristã.
Parece que além dele ter se formado em uma péssima faculdade, ele não deve estudar teologia diariamente, além de não ter se preparado para o debate.
Procurei o currículo Lattes dele na internet, e não achei.
Um Doutor em teologia não se sairia tão mal, como o Feliciano.
Irmão Higor, excelente !!!! Que Deus continue abençoando e dando disposição para compartilhar esses bons artigos
ResponderExcluirObrigado, irmão!
ExcluirSoli Deo Gloria
"reconhecer o fracasso dos evangélicos na política, e na próxima eleição votar em candidatos realmente preparados e que andem de mãos dadas com as verdades da Escritura."
ResponderExcluirAceitar mulheres pregando e direitos pra comunidade lgbt ou banir tudo?
"reconhecer o fracasso dos evangélicos na política, e na próxima eleição votar em candidatos realmente preparados e que andem de mãos dadas com as verdades da Escritura."
ResponderExcluirAceitar mulheres pregando e direitos pra comunidade lgbt ou banir tudo?
Eu gostaria de saber mas sobre a mulher não poder ser pastora. É literalmente errado uma mulher ser pastora. Paulo realmente falou isso pra todas as gerações?.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirA igreja de corinto era muito rica no sentido de dons espirituais, porém, muito desorganizada. Devido à desorganização, algumas mulheres atrapalhavam os cultos fazendo perguntas e argumentos durante a pregação para o pastor, por isso, a lei que a mulher deve perguntar ao marido em casa.
ExcluirO que Paulo está escrevendo é exatamente sobre o costume, a lei judaica.
Motivos pelos quais a mulher não só pode como deve fazer pregações nas igrejas:
1 – Deus não faz acepções de pessoas
2 – Deus usa quem está preparado para pregar
3 – Em Cristo não há judeu nem grego, não existe distinções culturais ou sociais
4 – Pregar é um dom
5 – Quando Jesus ressuscita a primeira mulher mensageira é uma mulher, Maria, e Jesus dá ordem a ela: “Vai e anuncia aos discípulos que não estou morto mas já ressuscitei”
E não só Maria há muitas outras mulheres na bíblia como Rute, prostituta perdoada por Jesus que saiu correndo espalhar para todos a notícia de Messias, entres outras.
Então, a mulher não só pode como DEVE pregar.
Olá, Higor. Gostei muito da sua explanação sobre o assunto. Tenho a impressão que o parlamentar Feliciano é bem melhor do que o pastor (já que ele mesmo faz essa divisão), aliás, quando assisti ao debate, e o viés rumou para teologia, pronunciei um tanto furiosa para mim mesma: Ele é muito ruim em teologia! Com isso não quero dizer que domino o assunto no que se refere a citações bíblicas,tradução ou transliteração, mas qualquer um "curioso em teologia" sente que o "teólogo" Feliciano carece, e muito, de mais estudo nessa área. Bem, agradeço pelo esclarecimento que nos foi dado. Devo ainda dizer que aguardava ansiosa por alguém que desse o respaldo bíblico para o tema principal daquela conversa.
ResponderExcluirÓtimo texto, bem esclarecedor. Não possuo conhecimento da origem das palavras gregas e hebraicas, e gosto muito quando as interpretações são baseadas também nos textos originais. Após assistir o debate até achei que o Feliciano tivesse ido bem, mas após ler o texto vejo que ele deixou muito a desejar.
ResponderExcluirSobre a questão da mulher não poder falar em público...
ResponderExcluirSe era e é proibido, como explicar Débora (Juízes 4:4)? E como explicar Miriã (Êxodo 15:20), Hulda (2 Reis 22:14 e 2 Crônicas 34:22) e Ana (Lucas 2:36)? Não seria isto apenas uma proibição dentro do cenário Grego onde quando a mulher falava em público representava uma insubmissão ao homem?