Dúvidas no Calvinismo | Parte 2 | #03

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4 – Se Deus determinou meu pecado como eu posso ser culpado por ele?

Primeiro devemos mudar essa pergunta, tirando o "Se", pois sabemos que ao discutir a soberania de Deus e liberdade do homem, temos absoluta certeza, guiados pela Escritura que a relação metafísica entre Deus e o homem sempre traz Deus como Soberano e o homem como servo, dessa forma, Deus exercer total controle, constante e absoluto sobre a realidade criada, e como o homem faz parte da criação, sua liberdade é zero em relação a Deus.

Corrigida a pergunta, a questão agora é essa: “Deus determinou meu pecado, como eu posso ser culpado por ele”?

O Apóstolo Paulo já respondeu essa questão em sua carta aos Romanos, ele diz o seguinte:

Como está escrito: Amei Jacó e aborreci a Esaú. 

Que diremos pois? Que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. 

Pois dizia Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. 

Assim, pois, isto não depende do que quer, nem de que corre, mas de Deus, que se compadece.

Romanos 9:14-16

No texto citado, Deus descreve que amou Jacó independente daquilo que ele e independente de Jacó ter liberdade ou não,  e aborreceu Esaú seguindo a mesma regra.

Jacó e Esaú não necessitavam serem livres para serem responsabilizados.

O homem é um ser moralmente responsável e devedor porque Deus o considera moralmente responsável e devedor. Não existe qualquer razão lógica para trazer a questão da liberdade como premissa,  responsabilidade não pressupõe liberdade, afirmar que liberdade é uma condição para ter responsabilidade é uma afirmação completamente arbitrária, anti-bíblica e impossível de ser provada.

A Escritura ensina que a responsabilidade pressupõe o julgamento divino, e julgamento divino pressupõe a decisão de Deus de julgar. Não existe nenhuma relação com a questão do homem ser livre ou não.

Deus faz o que quer, como quer e com quem quer, pois Ele é o Criador, e isso não depende da nossa vontade ou responsabilidade. Em nenhuma parte da Escritura, liberdade pressupõe responsabilidade. Somos considerados responsáveis diante de Deus pelos simples fato de não sermos livres Dele, ou seja, como Criador Autônomo ele toma decisões sem nos consultar, por isso Ele é Deus.

Segue alguns exemplos em que Deus determina o pecado e homem ainda é responsável:

Faraó;

(Êxodo 7:3-4a).
(Êxodo 9:12).

Judas;

(João 6:68-71)
(João 13:26-30)
(João 18: 1-4)
Pilatos, Herodes e o povo de Israel.
(Atos 4:27)

5 – Qual a necessidade do juízo final? Se Deus já tinha seus escolhidos?

Parece ser algo sem sentido, julgar pessoas que já estão condenadas, ou até mesmo, julgar indivíduos que por toda sua vida já demonstraram estarem condenados (João 3:18), mas o Juízo Final não tem como base determinar quem será salvo, ou quem não será, pois Deus sabe de antemão quem são os seus Eleitos (Efésios 1:4), os salvos foram eleitos em Cristo antes da fundação do mundo.

Mas qual seria o propósito principal para o Juízo Final?

É possível traçar três principais pontos.

O primeiro e principal propósito do Juízo Final será mostrar a soberania de Deus e glória de Deus na revelação do destino final de cada indivíduo (Romanos 14:11).

O segundo propósito é o de revelar o grau de punição que cada um deverá receber (Mateus 11.21-22 - Lucas 20.47 - Lucas 12.47-48 - Tiago 3.1).

O terceiro propósito é o de executar a pena de Deus sobre cada pessoa, ou seja, no Juízo Final, Deus designará de forma oficial o lugar em que cada pessoa passará a eternidade (Salmos 28:4; Salmos 62:12; Romanos 2:6; Apocalipse 2:23; Apocalipse 18:6; Apocalipse 22:12).

Por:
 Higor Crisostomo
 Welder Amaral