Dentro da teologia cristã brasileira, a palavra mais usada para descrever a prática homossexual é “sodomita”. Curiosamente, este termo aparece apenas três vezes na Escritura (Deuteronômio 23:18 - I Coríntios 6:9 - I Timóteo 1:10). No Antigo Testamento aparece em forma de "כֶּ֗לֶב – keleb" – que literalmente significa cão, mas aqui é usado referindo-se a prostitutos cultuais existentes na cidade de Sodoma”, e no Novo Testamento aparece como "αρσενοκοιτης – arsenokoites" – que significa homem que se deita na cama com outro homem para ter relação sexual”. Os termos não trazem a raiz da palavra Sodoma "סְדֹם – Sedom", mas apontam diretamente para a história dessa cidade.
Sodoma e Gomorra estavam localizadas no "vale de Sidom", no mar Morto, e a bíblia narra que Ló, sobrinho do patriarca Abraão, habitava lá com a sua família (Gênesis 13:10-11).
Certo dia, Deus apareceu a Abraão e apresentou a situação pecaminosa de Sodoma e de sua vizinha Gomorra, anunciando juízo sobre essas cidades (Gênesis 18:20-33). Deus iria destruir as duas cidades por conta imoralidade daquele povo, caso não encontrasse o número de dez justos naquele local.
Os pecados de Sodoma e Gomorra foram muitos (Ezequiel16:49-50), mas as principais práticas que levaram Deus a trazer juízo estavam ligadas ao homossexualismo e imoralidade sexual (Ezequiel 16:50 - Judas 1:7).
No Antigo Testamento, a palavra usada pelo profeta Ezequiel para descrever um dos pecados de Sodoma e Gomorra é "תוֹעֵבָ֖ה - towÌebah", que traduzida, significa "abominação", apontando para o homossexualismo (Levítico 18:22). Os pecados classificados como abomináveis sempre são tratados por Deus com mais rigor, e para o pecado do homossexualismo, Deus prescreveu pena capital (Levítico 18:7-17, 29; 20:11-12).
Contudo, toda a iniquidade de Sodoma e Gomorra tem um agravante: os pecados sexuais das duas cidades eram praticados publicamente.
Quando os anjos do Senhor chegam à cidade de Sodoma, vão até a casa de Ló. Ele convida os anjos para passarem a noite em sua casa, mas os homens de Sodoma, sabendo da chegada dos forasteiros, quiseram ter relações sexuais com eles (Gênesis 19:4-8). Desde os mais moços até os mais velhos daquela cidade, se reuniram em frente a casa de Ló, e clamaram para que ele trouxesse os anjos para fora, para que fossem abusados. Os cidadãos da cidade de Gomorra não tinham vergonha nem escondiam suas práticas homossexuais, mas se inflamavam em seus desejos, e tentaram estuprar os anjos.
Nos dias de hoje não é diferente. Em um poema irônico, Philip Larkin escreveu: “A relação sexual começou em 1963”, data da aclamada Revolução Sexual.
Hoje, homens e mulheres podem desfrutar das relações sexuais sem quaisquer das acusações sociais, psicológicas ou religiosas que supostamente reprimiam a vida. Vivemos um caos sexual.
Todo este cenário descontrolado acentua o comportamento homossexual, pois onde há liberdade total, surge também a diversidade. Os homens e as mulheres podem variar a forma de se relacionar a todo o momento. Nunca na história houve tanta prática homossexual pública e aprovação da mesma. Até mesmo na Grécia Antiga, onde existem muitos registros de práticas homossexuais na arte e na literatura, não implicava que os gregos aceitavam pacificamente tal conduta. Aristóteles, Heródoto, Aristófanes e muitos filósofos cínicos e estóicos, expressaram a sua desaprovação moral de tais práticas.
Por fim, em volta dos anos 70, surgiu um movimento homossexual organizado e militante. Agora o homossexual não deseja apenas praticar suas perversões dentro de seu contexto, mas deseja influenciar toda esfera da sociedade, estabelecendo este padrão de vida como preceito.
Em um espaço curto de tempo, este comportamento começa influenciar as artes, e nunca antes tantos homossexuais haviam alcançado tamanho destaque na literatura, na política, no teatro, na televisão e em outras esferas da sociedade.
No Brasil, grupos homossexuais se organizam anualmente para uma passeata em um dos principais pontos turísticos de São Paulo, a chamada "Parada Gay". Já na TV, novelas, seriados, programas de debate, tentam sistematizar a cosmovisão gay dentro da sociedade. Como em Sodoma, um pecado que antes era de esfera particular, agora é público; aquilo que era feito em oculto, agora se torna regra; Sodoma é aqui!
E nessa semana (12/07), a Rede Globo exibiu em sua novela "Liberdade, Liberdade" uma cena funesta: dois homens tendo relação sexual. Foi a primeira cena de sexo entre homens da teledramaturgia brasileira, cena esta que levou os homossexuais militantes a comemorarem.
O ponto da discussão teológica sobre este acontecimento lamentável não é se um cristão deve ou não assistir tal programação imoral, pois acredito que dentro da visão de mundo cristã, o fiel deve automaticamente se afastar de toda imoralidade exibida na televisão, o problema é como o cristão deve agir diante de toda essa militância e pecado abominável público.
Dentro do contexto evangélico existe o falso ensinamento que amar ao próximo é tolerar o pecado, como se existisse um deus chamado amor, e o culto a este deus fosse a tolerância. É claro, devemos amar nosso próximo (Marcos 12:31), mas quem ama o próximo, ensina-o no caminho correto. Paulo ensina a Timóteo que ele deve pregar a palavra sempre, corrigindo, repreendendo e exortando (2 Timóteo 4:1-2), e é isso que devemos fazer em relação ao pecado do homossexualismo.
Temos que deixar claro que Deus condena o homossexualismo, e não houve uma época que essa prática foi aceitável.
Antes da Lei de Deus, os patriarcas já censuravam essa prática (Gênesis 19.1-28). Na Lei de Deus, a repulsa a este comportamento também foi registrado (Levitíco 18.22; 20.13). Na Revelação do Novo Testamento, a proibição também é muito clara (Romanos 1.18-27; 1 Coríntios 6.9-10), e toda essa condenação ocorre porque a prática homossexual ofende diretamente a primeira instituição criada por Deus, a família (Gn 2.18-25; Mt 19.4-6; Ef 5.22-33).
Na mente do cristão, é necessário que as proibições bíblicas sejam claras, e no dia-dia, quando questionado por amigos, vizinhos e até mesmo parentes, o cristão tem que ser firme em apontar que o Deus verdadeiro repudia tanto a prática, quanto a exposição e até mesmo a aceitação passiva deste comportamento (Romanos 1:32).
Após ter em mente, o problema tão grave que o homossexualismo é, o cristão deve apresentar a solução para este pecado, que se chama Jesus Cristo (2 Co 4.5).
Jesus oferece perdão, salvação, esperança e vida eterna àqueles que se arrependem e começam uma nova vida guiada pelas boas novas do Evangelho (Lc 15:7).
O sacrifício de Cristo santifica todo pecador arrependido (1 Co 6.11), e o plano para muitos homossexuais é a salvação.
A satisfação que o pecado traz para o homem é ilusória, mas a plena satisfação em Cristo é eterna (Rom. 10:9-11 - Efésios 2.13 - Apocalipse 3:5).
Em Cristo, até o mais pútrido pecado pode ser perdoado, e aquele que confessa Cristo como Salvador é salvo (Romamos 10:9-10).
Higor Crisostomo
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